Regulamento Básico E Geral - SWAT BR - Ready Or Not
⦁Ética
A ética policial militar é constituída pelos valores e deveres éticos, traduzidos em normas de conduta, que se impõe para o exercício da profissão policial e que atinja plenamente ideais de realização do bem comum, mediante a preservação da ordem pública. Estes valores são aplicados, indistintamente, aos integrantes da Polícia Militar, independentemente do posto ou graduação. Portanto, a ética policial deve reunir valores úteis, lógicos e valores espirituais superiores, destinados a elevar a profissão policial-militar à condição da missão. Por fim, a ética policial militar é a observância das regras e princípios que regem a conduta humana do policial, do ponto de vista moral e profissional
⦁Conduta Policial
A Polícia Militar é definida na Constituição da República, dentre os diversos órgãos do sistema de defesa social, como organização responsável pelo policiamento ostensivo e pela manutenção da ordem pública. O policiamento e a manutenção da ordem pública devem ser compatíveis com o respeito e a obediência às leis, o respeito pela dignidade humana, e o respeito e a proteção dos direitos humanos. São esses princípios que norteiam a atividade policial ética e legal, e são deles que derivam todas as demais exigências e disposições pertinentes à atividade policial.
⦁Hierarquia
A Polícia Militar é uma corporação que tem como princípios basilares a hierarquia e a disciplina. A hierarquia é uma forma de distribuir responsabilidades individuais pelos postos e graduações, alcançando a cada um, com direitos e deveres. De tal maneira, ela deve ser preservada e respeitada. A disciplina é o acatamento de ordem, de obediência e de cumprimento dos deveres de cada policial militar em todos os níveis hierárquicos. Ela fortalece a hierarquia e consolida a convicção de obediência às leis e normas que a sustenta. O poder disciplinar é um dos mecanismos que estão à disposição da instituição para a responsabilização do integrante desviante.
⦁ Uso da Força
Cada situação enfrentada pelo policial é única, no entanto, antes de aplicar a força, devem ser tentados meios não violentos e o uso da força deve ser usada quando estritamente necessária para as finalidades legítimas do cumprimento da lei. O bom julgamento e as circunstâncias de cada uma delas ditará o nível de força que o policial utilizará. As circunstâncias são percebidas pelos policiais de acordo com o ambiente e a ação do indivíduo abordado.
⦁ Princípios da Limpeza Precisa
Batalhas que ocorram a curtas distâncias (CQB) tais como em corredores e cômodos, devem ser planejadas e executadas com cautela. Devem-se treinar as técnicas, praticadas de forma que cada membro do grupo entenda os princípios da limpeza de cômodos: surpresa, velocidade e “violência” controlada.
a.Surpresa: Surpresa é a chave para o sucesso em CQB. Deve-se conseguir surpreender os inimigos, mesmo que por alguns segundos.
b.Velocidade: Velocidade permite aos soldados usarem os poucos segundos que terá conseguido pela surpresa como vantagem. Não é o quão rápido você entra no cômodo, mas o quão rápido você elimina seus adversários, e limpa o cômodo.
c.Violência controlada: Controlar a “violência” permite que você neutralize os inimigos sem acertar seus aliados. Também se refere ao controle mental que o soldado tem da situação. Controle + velocidade aumentam a surpresa que por sua vez, aumentam a velocidade.
Código Q (Item 1)
É uma lista de frases abreviadas em um conjunto de 3 letras que começam com Q, que facilitam e agilizam a troca de informações pelo rádio. Existem mais de 100 tipos de código Q, no entanto, no quadro abaixo, será apresentado os códigos que são mais utilizados na corporação.
Alfabeto Fonético (Item 2)
São palavras que correspondem a uma letra do alfabeto.
Conduta Via Rádio E Modulação (Item 3)
A informação da Unidade deve ser curta e objetiva, apenas quando necessária, utilizando o Código Q. Evite modular em cima de alguém ou falar mais que o necessário. O uso indevido acarreta em uma advertência verbal do Líder. De início, é recomendado carregar no bolso uma anotação com os códigos para facilitar o aprendizado e se caso houver esquecimento ou confusão, para de modular e retorne quando souber exatamente o que dizer para não poluir o rádio. O único caso permitido para interromper uma modulação de terceiros, é quando você precisa solicitar QRR. Exemplos de modulação:
ALFA: QAP BRAVO.
BRAVO: QAP ALFA.
ALFA: Solicito QRR na QTH da entrada principal. QRU de três contatos em área fechada.
BRAVO: QSL. A QTI da sua QTH através da cozinha.
(Item 3.1) É importante a comunicação via rádio entre equipes para saberem suas localizações, de preferência um Operador qualificado para tal deve operar o rádio e estabelecer as vias de acesso mais seguras para coordenação da operação, sempre sob comando do líder da equipe para não poluir a fonia com informações desnecessárias. Exemplos de teste de fonia antes de iniciar a operação:
ALFA: QAP BRAVO.
BRAVO: QAP ALFA.
ALFA: Aqui ALFA, QSA?
BRAVO: Aqui BRAVO, Forte e claro. (a BRAVO confirma a fonia da ALFA)
ALFA: Aqui ALFA, Forte e claro. (a ALFA confirma a fonia da BRAVO)
(Item 3.2) Devem ser testadas as fonias de ambos, caso haja problema no áudio de uma das equipes a comunicação deve ser conduzida da seguinte forma:
ALFA: QAP BRAVO.
BRAVO: QAP ALFA.
ALFA: Aqui ALFA, QSA?
BRAVO: Aqui BRAVO, QSA Forte e claro; ou
BRAVO: Aqui BRAVO, QSA Fraco, compreende-se (ALFA possui problema na fonia); ou
BRAVO: Aqui BRAVO, QSM. (BRAVO não conseguiu compreender a mensagem)
ALFA: Aqui ALFA, QSA Forte e claro (Depois a ALFA deve confirmar a fonia da BRAVO); ou
ALFA: Aqui ALFA, QSA Fraco, compreende-se (BRAVO possui problema na fonia); ou
ALFA: Aqui ALFA, QSM. (ALFA não conseguiu compreender a mensagem)
Função De Cada Operador (Item 4)
É muito importante que cada Operador saiba sua numeração para não confundir a Unidade. O operador confuso pode travar portas por avançar junto de outro operador. Pode tirar o pino de uma granada que não iria ser utilizada ou até executar voz de um Código, sem a permissão para tal. Todos os operadores devem saber sua numeração e também devem auxiliar o Líder caso um contato seja avistado e isso afete um Código de Abordagem (Item 7). Segue abaixo a função de cada Operador:
Operador 01: Geralmente utiliza escudo, faz a linha de frente no momento de entrar no compartimento sem travar a passagem. É o Identificador de contatos e dá o comando de voz “Código UNO!” / “Código DOIS” / "Código TRÊS". Porém cabe ao Líder dar a ordem de executar o código anunciado, ou mandar segurar posição para que o Operador 02 e 03 executem/rendam o(s) suspeito(s) antes da entrada da unidade no compartimento.
Operador 02: Geralmente utiliza rifle de assalto e acompanha o escudo. É o segundo identificador de contatos e também dá o comando de voz “Código UNO!” / “Código DOIS” / "Código TRÊS".
Operador 03: Geralmente é o Operador qualificado para comunicação na fonia de rádio. Auxilia com granadas e abertura de portas utilizando escopeta. Também comunica ao Operador 05 que a unidade está avançando, ou adentrando próximo compartimento para que não fique para trás. Caso o Líder ache necessário, o OP3 informa à outra Unidade os compartimentos que já foram limpos. Cabe ao OP3 sempre que houver escadas no local, comunicar ao Líder se está autorizado fazer a cobertura da mesma.
Operador 04: Geralmente é o Líder qualificado em CQB-I. Coordena entradas, comanda o posicionamento da unidade na identificação de compartimentos fechados ou em áreas abertas, também comanda a movimentação do grupo e somente o Líder está autorizado a comandar Execução de Códigos de Abordagem, Somente ele dá início à voz dos Códigos 4 e 6.
Operador 05: Sua principal função é vigiar a retaguarda. Restringe e Informa suspeitos rendidos quando o Líder comandar execução do Código 4.
(Item 4.1) Em Operações que o número de operadores seja menor que o recomendado, deve seguir desta forma:
Unidade com dois Operadores: OP1 sempre ao lado contrário da maçaneta de portas e entra primeiro nos compartimentos. OP2 é o Líder e providencia as ordens.
Unidade com Três Operadores: OP1 de preferência com escudo, OP2 é o Líder e granadeiro/shotgun. OP3 assume cobertura de retaguarda/flancos ou de acordo com o comandante da unidade.
Unidade com Quatro Operadores: OP1 de preferência com escudo, OP2 fogo de cobertura do OP1 e também granadeiro/shotgun, OP3 é o Líder, OP4 assume cobertura de retaguarda/flancos ou de acordo com o comandante da unidade.
(Item 4.2) Unidade com Cinco Operadores (padrão recomendado):
(iTEM 4.3) Pronto das posições:
Antes ou após uma abordagem, cada membro anunciará o seu número seguido de "pronto" quando na posição determinada ou quando estiver pronto para executar o comando do Líder.
"1 pronto", "2 pronto", "3 pronto", etc.... O seu número é aquele fornecido pelo Líder.
As formações são determinadas pelo líder do esquadrão para manter a segurança ou obter informações de reconhecimento.
Formaturas Para Abordagens (Item 5)
Coluna Tática (Lateralização em coluna): Duas linhas retas que dividem a equipe ao meio. Metade vai para a esquerda e a outra metade para a direita.
Ranger File (Lateralização em Fileira): Uma linha reta no lado da maçaneta.
Formação em V: A equipe espalha em um "V" todas as armas para frente mantendo segurança na mesma direção que a ponta do "V".
Echelon-Direito: Todos os membros da equipe formam uma linha diagonal a partir do lado direito da porta.
Echelon-Esquerdo: Todos os membros da equipe formam uma linha diagonal a partir do lado esquerdo da porta.
Diamante: Formar um formato de diamante com os membros do esquadrão. Líder do esquadrão sempre no meio do diamante.
Enganchando [direita/esquerda]: (contornar porta pela direção dita) Permite que a Unidade saiba onde a pessoa pretende ir.
Níveis De Abordagens (Item 6)
As situações em que os policiais se envolvem dão origem a opiniões e interpretações de seus atos. Essas opiniões e interpretações da comunidade podem ser positivas ou negativas para o próprio policial e para a organização militar. Em toda abordagem, o policial possui um arsenal de métodos para resolver uma situação, desde comandos verbais, até o uso de força letal em casos de ameaça letal ao policial ou a terceiros (outros cidadãos), no entanto em todo tipo de abordagem, deve ser preservado o respeito máximo a quem quer que seja.
(Item 6.1) Os 3 pontos do Triângulo da Força Letal são:
HABILIDADE - É a capacidade do suspeito que causa danos a um policial, ou em outra pessoa. O suspeito pode provocar a morte ou uma lesão grave. Essa capacidade pode ser arma de fogo, faca, capacidade física (arte marcial), etc.
OPORTUNIDADE - Diz respeito quando o suspeito tem a habilidade retromencionada de causar ferimento ou morte, a pessoas, faltando, no entanto, a oportunidade que lhe convier. Oportunidade pode ser entendida como condições favoráveis, tais como: distância, local, distração, etc. Ex.> pessoa com uma faca a 20 metros - possui a habilidade. mas essa distância não há a oportunidade adequada para o intento de ferir.
RISCO - Ocorre quando o suspeito, de posse de suas habilidades e oportunidades, coloca o policial ou outras pessoas em condições de perigo físico. Ex.: suspeito armado, se negando a soltá-la.
Códigos De Abordagem (Item 7)
Os códigos de abordagem são utilizados dentro de uma equipe para dar o informe da situação no momento do reconhecimento e do nível de gravidade da QRU, se há algum risco de abordagem no compartimento que se pretende entrar. Caso possível, sempre executar de acordo com o item 4.2.
Código 0 (ZERO): NECESSÁRIO REAGRUPAR. Normalmente utilizado após os Códigos “4” e “6”, Líder comanda para reagrupar, os operadores sentinelas providenciam cobertura de portas e possíveis locais que apareçam contatos, até que os Linhas de Frente iniciem a próxima abordagem de acordo com o comando do Líder.
Código 1 (UNO): BAIXO RISCO. Identificado 01 suspeito no compartimento, deve ser dado “Código UNO” pelos identificadores. O Líder comanda a forma de entrada dependendo do espaço que se possui e dá voz “EXECUÇÃO CÓDIGO UNO”. Geralmente 01 e 02 entram juntos, depois 03, 04 e 05 entram alternadamente em Double Stack (formatura alternada entre operadores).
Código 2 (DOIS): MÉDIO RISCO. Identificado 02 suspeitos, deve ser dado “Código DOIS” pelos identificadores. O Líder comanda a forma de entrada dependendo do espaço que se possui e dá voz “EXECUÇÃO CÓDIGO DOIS”.
Código 3 (TRÊS): GRANDE RISCO. Identificado 03 ou mais suspeitos, deve ser dado “Código TRÊS” pelos identificadores. O Líder comanda a forma de entrada e dá voz “EXECUÇÃO CÓDIGO 3”. Trata-se de uma Incursão Rápida, os Operadores devem entrar ordenadamente de forma tempestiva, a fim de neutralizar ameaças sem riscos de baixar algum oficial.
Código 4 (QUATRO): SITUAÇÃO SOB CONTROLE. Após uma ABORDAGEM, deve ser dado “Preparar Código QUATRO” pelo Líder. Após os Operadores retornarem o “CÓDIGO QUATRO CIENTE” o Líder deve dar voz “EXECUÇÃO CÓDIGO 4”. Enquanto OP1, OP3 e OP4 fornecem contenção das portas e acessos, O OP2 mira no(s) suspeito(s) rendidos de um ângulo bom para ter visual, caso seja mais de um. O OP5 faz a restrição do(s) indivíduo(s) e informa. É de responsabilidade do Líder decidir se precisa de mais de um Operador mirando nos suspeitos rendidos.
Código 5 (CINCO): FOGO ABERTO. Identificada uma situação de troca de tiros intensa no compartimento adjacente que dificulte a entrada do recinto, cabe ao Líder decidir, informar e movimentar a Unidade para outro local imediatamente. O Líder informa onde o OP2 deve abrir fogo incessantemente, decide o local a movimentar a Unidade, informa os Operadores e dá voz “EXECUÇÃO CÓDIGO 5”. Após o OP1 e OP2 retornar “CÓDIGO 5 CIENTE”, cabe ao OP1 se movimentar e dar cobertura sem travar passagem. O OP2 deve avançar e abrir fogo sem parar na direção informada. OP3, OP4 e OP5 devem entrar tempestivamente e garantir o compartimento com força letal, dando cobertura ao OP1 e OP2.
Código 6 (MEIA): INVESTIGANDO O LOCAL. Identificado um compartimento com muitas portas/acessos e aparentemente sem contatos. Cabe ao Líder informar os sentinelas qual acesso cada um deve vigiar e de qual ângulo. Após informado, dar voz “PREPARAR CÓDIGO MEIA”. Após os sentinelas (item 4.2) retornarem “CÓDIGO MEIA CIENTE”, o Líder comanda “EXECUÇÃO CÓDIGO MEIA”, feito isso os Investigadores (item 4.2) assumem o papel de fechar as portas abertas.
Conclusão E Créditos
Espero que você tenha achado o guia útil nessa compilação de conhecimentos que reuni. Se houver algo que você acha que há algo para corrigir ou ser acrescentado a este guia, por favor, deixe um comentário abaixo e eu responderei assim que possível.
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